Anastácia 80 – Lado A

Autora de centenas de canções, cerca de 230 delas com o ex-marido Dominguinhos, não à toa Anastácia é chamada de rainha do forró há décadas. Agora, aos 80 anos, completados no último dia 30 (Maio), a cantora e compositora celebra a carreira com um EP produzido por Zeca Baleiro, ao lado de vários convidados, e se mantém positiva.

Mas o fato de ter um parceiro genial, aliado ao machismo da época e forte no gênero, acabou a deixando, de certa forma, numa espécie de segundo plano.

LIVE DA ANASTÁCIA
19/07 | 20h
ONDE ASSISTIR: https://www.youtube.com/cantodaemaoficial

Foi sofrido, mas insisti na música nordestina, ela faz parte desse chão enorme que é a MPB — diz, para completar, com bom humor: — Depois de velhinha, sou ainda mais reconhecida, virei a “Vovó do forró”, ainda dou no couro!

Rainha do forró

Nascida no Recife (PE), Lucinete Ferreira, seu nome de batismo, tornou-se Anastácia quando chegou a São Paulo, aos 20 anos, junto com a família. Conciliando o desejo de cantar com o emprego na companhia aérea Vasp, gravou o primeiro LP, que saiu com o título de Anastácia no Torrado. Nem ela sabia quem era a pessoa do título. “Um amigo me disse que havia ouvido o disco, que era minha voz, minha foto, mas a nome da cantora era Anastácia. Corri para tirar a história a limpo”, diverte-se hoje, esclarecendo que a troca foi obra de seu primeiro empresário, o Palmeira, que achava seu nome de batismo muito comum. “No Nordeste tem muito nete. Lucinete, Marinete, Ivonete…”

De lá para cá, Anastácia atuou como locutora, radialista, atriz e comediante, e ganhou o epíteto de Rainha do Forró. Mas foi como compositora, gravada por nomes como Noite Ilustrada, o primeiro a gravar, Luiz Gonzaga, seu padrinho musical, Angela Maria, Gilberto Gil, Gal Costa e Nana Caymmi – e de sua parceria com Dominguinhos – que ela se consagrou. Ajudou a difundir a música nordestina no Sudeste, rompeu a barreira do machismo e, ao lado de Marinês, Almira e Clemilda, abriu o caminho para nomes como Elba Ramalho, nos anos 1970, e Lucy Alves, mais recentemente. “Valeu a pena. Faço o que gosto. Sou muito grata por tudo. Tenho orgulho de ter nascido no Nordeste, no Brasil”, diz, com entusiasmo.

E, como o fôlego ainda está em cima, Anastácia vai lançar mais uma gravação. Trata-se de Meu Santo é Brasa – que está em pré-venda na Amazon (com lançamento para dia 26) -, que ela fez com Jackson do Pandeiro nos anos 1980, mas esqueceu. “Há alguns anos, Lucy Alves pediu autorização para gravá-la, e pensei: nunca fiz música com Jackson. Mas não é que era minha mesmo?”, ri, explicando que tem quase 800 músicas. “Às vezes, ouço na voz de outro artista e me pergunto: fui eu que fiz essa?”, conta. Agora, é sua vez de cantar a composição que, oportunamente, fala das festas e santos juninos.

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