Germano Gonçalves Arrudas, Nascido em São Caetano, vive há muito tempo na Zona Leste de São Paulo mais especificamente em São Mateus. Filho de família mineira o pai pedreiro a mãe já falecida, prendas do lar, escreve desde pequeno. Seus primeiros poemas e textos foram publicados em jornais de bairro e informativo de empresas na região em que Reside no Parque São Rafael.
Periférico das antigas, Germano é pré-hip hop. Seus primeiros textos vieram ao mundo na década de 1980, antes que o RAP roubasse a cena, marcando definitivamente o jeito de se falar e escrever nas Periferias Paulistanas.
O poeta de São Mateus, Faz apologia da leitura e dos livros. O cara crê mesmo que a literatura salva. Talvez ele próprio tenha sido resgatado pelas letras.
Também é professor de História na rede Estadual de ensino. Vem ao longo dos anos escrevendo, que foi o meio de se comunicar com o povo para uma vida melhor, passando e adquirindo novos conhecimentos. Define a literatura como algo fascinante.
O Ex- Excluído é um livro-manifesto. É uma obra autobiográfica. Escrita em primeira pessoa nos textos de prosa e também em várias poesias, o autor discorre sobre fatos e pessoas que lhe são ou foram muito caras. Lendo a obra, o leitor tomará contato com Dona Maria de Lourdes, sua mãe e também com seu irmão (de quem ele não revela o nome), cuja morte precoce e surpreendente é narrada com tamanha emoção que nos afeta no sentimento de dor e perda, embalado por um texto de grande vigor literário.
Possui alguns diplomas por participação em concursos literários, um dos vencedores do concurso da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, com a história do bairro Pq. São Rafael, no concurso cultural, Escritores e seus leitores. “História do meu município, História do meu Bairro.
Um dos vencedores do concurso de poesia tema: Mulher com a poesia: “Acabaram-se as Maria” do Conselho Regional da Mulher do Município de Jundiaí – SP. Tem a participação na coletânea do escritor Alessandro Buzo no livro: “Pelas periferias do Brasil Vol. 4, participa com uma crônica e um poema”.
Participação no livro do escritor Jean Melo – Crônicas Perdidas – com o conto “O homem que queria todas as coisas – Editora Scortecci – São Paulo – 2013”.
AMANHECER NA PERIFERIA
Por Germano Gonçalves.
Amanhece o dia.
O dia amanhece na periferia.
Abrem-se as janelas, das casas e barracões,
de tábuas e alvenarias,
E começa um novo dia.
O bar e mercearia do Seu Joaquim!
Já de portas abertas, pra vender pãozinho francês.
Dona de casa sai pra comprar o pão.
O ocioso, já com copo de álcool no balcão.
Homens e mulheres se enfrentando
nos pontos, à espera de lotação.
Uns já atrasados, outros já cansados.
Todos assalariados.
Amanhece o dia, na periferia.
Criança descalça, jogando bolinhas
Soltando pipas, enquanto a mãe grita.
É hora da creche, é hora da escola.
Uns vão, outros pedem esmola.
Os carrinhos de mão passando nas vielas
em busca de panelas.
Papelões, plásticos e latas velhas.
Vem o homem do queijo, a moça solta um bocejo.
Passa o verdureiro, maçã e algodão-doce, batem o tabuleiro.
O caminhão do gás apita primeiro.
Passa o carro de produtos de limpeza.
É assim o dia inteiro.
O carteiro juntamente com o bicheiro.
Um traz cartas de saudações nordestinas.
O outro quer o dinheiro dos vizinhos.
O cachorro late, a moto passa, o carro bate.
Meninos e meninas brincando de bicicleta.
Moleques que jogam bola, a toda hora.
Brincar de pega-pega, polícia e ladrão.
Esconde-esconde, a realidade de uma nação.
Os rapazes nos becos sempre alerta.
Nas ruas o apito de um guarda.
Na viela um corpo que cai.
Aquele não era mais um pai?
Amanhece o dia.
O dia amanhece na periferia.

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