Duas iniciativas da Fundação Tide Setubal para incentivar a leitura tem somado importantes estatísticas. A quarta edição da Feira do Livro, no CDC Tide Setubal, reuniu cerca de 3.500 pessoas em três dias de festa nos dias 05,06 e 07 de novembro (leia cobertura completa aqui). O Ponto de Leitura Jardim Lapenna, mantido em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, no Galpão de Cultura e Cidadania, acaba de alcançar números relevantes: desde a inauguração, em 16 de junho de 2009, até 31 de outubro, contabilizou 5.405 visitantes, 3.848 títulos emprestados e 278 matrículas, com uma média diária de 32 empréstimos.

“Sabíamos que a comunidade do Jardim Lapenna se interessaria por esse espaço, mas a marca de 5 mil visitas foi realmente uma surpresa”, conta Delmania Pinto Guimarães de Albuquerque, responsável pelo atendimento do Ponto de Leitura. O local dispõe, hoje, de um acervo de 1.803 títulos, obtidos por meio de parceria da Fundação Tide Setubal com a Secretaria Municipal de Cultura.

O Ponto de Leitura do Jardim Lapenna colabora para suprir a necessidade local de livros, uma vez que São Miguel Paulista tem um dos piores índices da cidade de São Paulo de livros disponíveis para o público infanto-juvenil. Nas bibliotecas públicas do bairro (apenas duas em toda a região administrada pela subprefeitura), existem zero livros por habitante na faixa etária de 7 a 14 anos. Ou seja, ao se dividir o acervo disponível pelo número de jovens, obtem-se uma fração inferior a um exemplar per capta. Os dados são do Movimento Nossa São Paulo, produzidos em 2009, a partir de levantamento realizado pelo Departamento de Bibliotecas da Secretaria Municipal de Cultura. Vale lembrar que a recomendação da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) é de dois livros per capita em cada distrito ou subprefeitura.

Capacitação em leitura
Desde 18 de agosto e até 18 de dezembro próximo, a Fundação Tide Setubal promove no Ponto um curso quinzenal de formação de leitores e mediadores de leitura. Participam funcionários, professores de escolas públicas e colaboradores da Sociedade Amigos do Jardim Lapenna. O objetivo é que todos repliquem o aprendizado nos locais onde atuam.

“Antes de tudo, o bom mediador precisa ser um bom leitor. E precisa ampliar o repertório sempre, para orientar o novo leitor sobre novos autores e estilos literários”, explica a consultora Neide Almeida, responsável pelo curso. De acordo com Delmania, o curso atende a necessidade de trabalhar, principalmente, com o público o infantil. “Muitas vezes as crianças ainda não são alfabetizadas. Por isso, é importante começar desde cedo essa aproximação com o livro, sugerindo títulos adequados e usando técnicas de mediação que facilitem a compreensão do tema”, esclarece.
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