O compositor, que é também cavaquinista, violonista e percussionista, apresenta um trabalho singular, unindo densidade poética e simplicidade nas letras, e uma surpreendente sofisticação melódica.
O CD, produzido por Beto Villares e Antonio Pinto, foi recebido com muito entusiasmo pela crítica. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, “Em forma de crônica social, as letras das canções, sambas na base, sugerem um roteiro cinematográfico, repletas de imagens, personagens e histórias cotidianas narradas com cortes precisos (…). Sem demagogia, sem rancor, sem apelar para a ‘estética da fome’”. A crítica afirma, ainda, que as narrativas de Rodrigo Campos são embaladas “por música de primeira linha, melodiosa e inventiva. Notam-se ali as tintas modernas de Villares e Pinto, que se desdobram em vários instrumentos e criaram uma envolvente ambiência de textura eletrônica”.
São Mateus não é um lugar assim tão longe
Rodrigo Campos foi criado em São Mateus, zona leste da periferia paulistana. O bairro, reduto do samba na cidade, foi sua escola musical e cenário das experiências de vida até os 18 anos.
As histórias e personagens que povoam a memória do artista foram a fonte de inspiração para o seu CD de estreia, batizado, não por acaso, como São Mateus não é um lugar assim tão longe.
A obra foi selecionada pelo Programa Petrobras Cultural 2006/2007, cujo regulamento, na categoria “Gravação e circulação de música popular brasileira”, trazia como objetivo “contemplar a manifestação de compositores e/ou intérpretes (…) que contribuam inequivocamente, pela densidade e singularidade dos seus trabalhos, para a ampliação dos horizontes da produção musical, e não tenham se inserido num circuito estável de registro, comercialização e difusão”.
Fonte:https://www.hotsitespetrobras.com.br/cultura/projetos