Filme de Caru Alves de Souza Selecionado para Festival na Espanha

Depois de conquistar o Crystal Bear de Melhor Filme do Júri Internacional na Mostra Generation 14plus do Festival de Berlin de 2020, em fevereiro último, o longa-metragem brasileiro “Meu Nome é Bagdá” participa do Films de Dones, o mais importante festival espanhol dedicado a produções dirigidas por mulheres.

Considerado um dos mais prestigiosos eventos europeus em sua categoria, o festival foi criado na cidade Barcelona em 1993 e sua 28 ª edição acontece até 14 de junho de forma digital, por conta da pandemia do covid-19. A programação do Films de Dones 2020 fica disponível no Filmin, uma das plataformas de filmes mais vistas na Espanha e a segunda com maior crescimento na atualidade, depois da Netflix.

 “Meu Nome é Bagdá” é o único representante do Brasil na mostra principal do evento, que é composta por 16 títulos, que representam também a Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda e a Turquia. A América Latina está presente ainda na homenagem à realizadora colombiana Marta Rodríguez, pioneira no documentário da região, que apresenta cinco obras realizadas entre 1966 e 1987.

Dirigido pela cineasta paulista Caru Alves de Souza (do longa “De Menor”, vencedor do Festival do Rio) e produzido por Rafaella Costa para a Manjericão Filmes, “Meu Nome é Bagdá” teve sua estreia mundial na prestigiosa mostra Generation 14plus do Festival de Berlim, dedicada a retratar a realidade de jovens ao redor do mundo. O longa-metragem tem distribuição internacional pela Reel Suspects, empresa francesa que detém em seu catálogo produções assinadas por nomes como Jean-Luc Godard, Chris Marker e Alain Robbe-Grillet.

Bagdá, a personagem central do longa, é uma garota de 17 anos que vive na Freguesia do Ó, bairro da periferia da cidade de São Paulo. Ela anda de skate com um grupo de meninos e passa boa parte do tempo com sua família e as amigas de sua mãe. Juntas, elas formam um grupo de mulheres pouco convencionais. Quando Bagdá finalmente encontra um grupo de meninas skatistas, sua vida muda. Em seu cotidiano ela encontra apoio familiar e empoderamento feminino, mas também assédio sexual, preconceito a seus amigos homossexuais e machismo. 

Segundo Caru, que também é corroteirista do longa, o roteiro nasceu do “desejo de contar uma história sobre situações cotidianas vividas por personagens oriundos de um bairro de classe média baixa da cidade de São Paulo, tentando encontrar a poesia existentes nas situações prosaicas.” Segundo ela, a intenção foi fazer um filme “com personagens mulheres que fossem fortes e fugissem dos estereótipos, e também se fortalecessem através dos laços criados entre si.” Com isso, “permitiriam ilhas de amor e afeto, num mundo que freqüentemente é hostil a elas”, conclui a diretora.

A personagem título é interpretada pela skatista Grace Orsato, que vive seu primeiro papel no cinema. No elenco estão ainda Gilda Normacce, a cantora e atriz Karina Buhr e a drag queen Paulette Pìnk.

Além do elenco principal, “Meu Nome é Bagdá” tem também assinaturas de profissionais femininas no roteiro, direção, produção, fotografia e direção de arte.

Meu nome é Bagdá (Brasil, 99 min, ficção, 2020)

Com:
Grace Orsato (Bagdá)
Karina Buhr (Micheline)
Marie Maymone (Joseane)
Helena Luz (Bia)
Gilda Nomacce (Gladys)
Paulette Pink (Gilda)
Emílio Serrano (Emílio)
William Costa (Deco)
João Paulo Bienemann (Clever)
Nick Batista (Vanessa)

Direção: Caru Alves de Souza
produção: Rafaella Costa e Caru Alves de Souza
produção executiva: Rafaella Costa
roteiro: Caru Alves de Souza e Josefina Trotta
(livremente inspirado no livro “Bagdá, o Skatista”, de Toni Brandão)
direção de fotografia: Camila Cornelsen
direção de arte: Marinês Mencio
montagem: Willem Dias, AMC
production designer: Marinês Mencio
direção de produção: Stella Rainer
supervisor de som e mixagem: Pedro Noizyman

Produção Manjericão Filmes
Coprodução Tangerina Entretenimento

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