Dia 25 de Janeiro em São Mateus!! 

Resgatar e homenagear a história de alguns compositores e cantores importantes da cidade de São Paulo, já que a ocultação da memória negra ainda é um tema pertinente a ser discutido na cidade.

A sobreposição de uma cultura eurocêntrica ao protagonismo negro ainda deixa marcas em vários segmentos sociais, o samba paulistano continua com sua luta para a obtenção dessa representatividade, já que diferentemente do carioca que sempre evidenciou o sambista do morro, aqui o processo se deu de forma diferente e por muitas vezes sua história é contada de forma distorcida, compositores como Geraldo Filme só foram reconhecidos muito tempo depois, já Vassourinha e Blecaute obtiveram prestígio no Rio de Janeiro, e outros ainda são desconhecidos do grande publico.
img_4510_credito_nilson_leal-1O projeto surgiu nas rodas do Instituto de Tradição e Memória do Samba de São Mateus, que contou durante o último ano com eventos que homenagearam todos esses grandes sambistas de São Paulo, agora, tendo como referência o mês da
consciência negra, o show se torna emblemático pelo junção inédita desses ícones do samba.

Nesse show os músicos apresentam um recorte do rico samba paulistano, interpretando músicas de sua própria autoria e outros clássicos consagrados, caminhando por um repertório que vai desde a memória de Paulistinha e Zeca da Casa Verde até a contemporaneidade de Carlão do Peruche, Ideval e Marco Antônio da Nenê. O show ainda conta com
Tia Cida homenageando seu pai Blecaute, Tobias da Vai Vai cantando Geraldo Filme e Duda Ribeiro interpretando o compositor Talismã.

Carlão do Peruche
A história do Seo Carlão do Peruche se confunde com a história do samba paulista. Nascido em 1930 entre a Santa Cecília, os Campos Elíseos e a Barra Funda.. Integrante da mítica Lavapés, a mais antiga escola de samba paulistana Adolescente participou com outros amigos da fundação da Escola de Samba Unidos do Peruche no. Conhecedor das origens do samba paulista, das tradições de Pirapora do Bom Jesus, do encontro com o jongo e o congado. Seo Carlão é Cidadão do Samba e Embaixador do Samba de São Paulo, participou do processo de oficialização do carnaval de rua no final da década de 1960, além de integrar a Velha Guarda da Unidos do Peruche.

Duda Ribeiro
Sargentelli gostou tanto de uma de suas cabrochas que a convidou para cantar no espetáculo Ziriguidum. Geraldo Filme a chamava de Diamante Negro. Beth Carvalho, Elza Soares e Jair Rodrigues também a convidaram para se apresentar com eles. Seus ídolos e influências foram Elis Regina, Maísa, Jamelão, Alcione, Dona Jovelina. Esta é Duda Ribeiro, que transita com maestria pelo samba-raiz e o samba canção. Dulcinéia Ribeiro é filha de Cláudio Ribeiro, o “Bengalinho da Barra Funda”, e de Lídia Ribeiro, a “Pastora do Cordão Camisa Verde”.

Ideval
Nascido em Catanduva, no interior do Estado, Ideval Anselmo foi criado em Votuporanga e começou a brincar o carnaval nos bailes de salão.
Aos 18 anos, veio para São Paulo e descobriu as escolas de samba. Diversas vezes se ouviu numa avenida paulistana um trabalho de Ideval Anselmo.
O então metalúrgico Ideval Anselmo achava que faltava algo no samba de São Paulo. Ele só soube dizer o que era em 1971, quando o prefeito Faria Lima convidou os sambistas cariocas da Acadêmicos do Salgueiro e da Estação Primeira de Mangueira para desfilar na cidade.
“Foi aí, ouvindo a estrofe Ole lê Ola lá, Pega no Ganzê, Pega no Ganzá, do enredo Festa para um Rei Negro, que descobri o problema dos sambas paulistanos: a falta de refrão.” Carrega o título de compositor de todos os tempos em São Paulo (segundo o jornal Folha de São Paulo).

Marco Antônio
Nascido no bairro do Cambuci em 1950, origem também de Branca Di Neve. O saudoso Juarez da Cruz ex-presidente da Mocidade Alegre o convidou para ser integrante da escola como bailarino, em pouco tempo, devido a sua habilidade de compositor, foi convidado para fazer parte do seleto grupo de compositores da escola. Ao assistir o grande programa Ensaio na TV Cultura onde o entrevistado era Seu Nenê, antigo patrono da escola, se apaixona pela história daquele
pavilhão, o que o inspirou a compor seu primeiro grande samba pela Nenê, em sua primeira disputa, foi ovacionado pelos integrantes da escola na Praça da Sé , assim começou a história do maior compositor de todos os tempos da escola. Foi um dos responsáveis pela grande parceria da escola com a Portela, sendo convidado para participar de desfiles e shows de Paulinho da Viola.

Thobias
Edimar Tobias da Silva (São Paulo, 1958), o Thobias da Vai-Vai, é um cantor, ator, radialista e ex-dirigente de carnaval brasileiro. Tornou-se célebre por ter sido intérprete oficial, e posteriormente presidente da
escola de samba paulistana Vai-Vai. Já foi considerado um dos maiores intérpretes de samba-enredo do Brasil de todos os tempos. Lançou seu primeiro disco em 1986, e o segundo em 1989. Entre este e o terceiro LP. A Vai Vai obteve oito dos seus treze títulos sob a interpretação de Thobias.

Tia Cida
Maria Aparecida da Silva Trajano foi uma das primeiras moradoras de São Mateus. Viu a comunidade crescer, teve papel social fundamental através do trabalho que realizou na paróquia e na creche da região, além de incentivar seus filhos e os amigos deles a fazerem sambas em sua casa, o que mantinha as crianças mais seguras. Com isso, a casa da Tia Cida se tornou o reduto do samba na região, os filhos e amigos deles cresceram, tornaram-se sambistas – alguns, inclusive, profissionais – e ela se tornou a matriarca do samba em São Mateus. Beth Carvalho a encorajou a cantar pela primeira vez para o grande público em seu próprio quintal e em 2013, Tia Cida lançou seu primeiro CD com show no Sesc Belenzinho. O quintal da casa de Tia Cida é o marco do samba paulistano, e há duas décadas reúne
compositores e intérpretes para uma roda de samba.
Serviço:
Memoria Negra do Samba Paulista
Dia: 25 de Janeiro
Horas: 15h
Local: Casa de Cultura São Mateus
Rua: Monte Mandirá, 40, São Mateus (Instituto do Samba)
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