“O MARIO DE ANDRADE que eu penso fazer o tempo todo é o Mário do
tempo presente. Quando eu me disponho a ser o ‘cavalo’ desta entidade
da cultura, da arte, do pensar o brasileiro, o Brasil, o mundo, torço que ela
‘baixe’ para azeitar o nosso pensamento sobre as angústias de agora, que
seja útil pra nossa vida, pro nosso instante, pra nossa hora!
Claro, tem a memória! O Mário ‘antigo’, daquela foto muito parecida
comigo, o fato de que eu nasci no mesmo dia que ele, em 9 de outubro, e
tem o Mário do movimento modernista, da universidade, o grande homem
do passado! Grande respeito a tudo isso, sem dúvida.
Mario morreu depois do Carnaval de 1945, dia 25 de fevereiro, sem saber
o resultado da luta das forças democrática do mundo contra o
nazifascismo. E eu estou vivendo nosso hoje.
E tomara faça baixar as forças que estão no pensamento do poeta, e oxalá nos traga o movimento presente em sua reflexão intransigente da arte, da política, da posição do artista, e principalmente um jeito de encarar todos esses assuntos com amor e muito humor. Sem rancor.
‘Eu bailo de ignorâncias inventivas!’, mas tenho, como todo mundo, uma
intuição: eu sei o que é sentir, esse é o meu ofício, e o meu corpo é meu
palco. E ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR! ”. – Pascoal da Conceição.
“Um pensamento para lubrificar nossas reflexões sobre o agora, o Brasil e o brasileiro, o mundo e a arte”. (Pascoal da Conceição)
O espetáculo é composto de nove “estações”:
- “Lundu do escritor difícil”. – O inventor de palavras, pesquisador
da alma brasileira, atesta neste poema sua opção radical pela
fala direta, brasileira, livre e comunicativa. Um escritor difícil? - “À sombra das moças brasileiras”. – Numa crônica de 1925, a
narrativa de como foi o seu dia de nascimento, em berço
cercado por seres fantásticos, como o saci, o caapora, o boitatá,
com música de Villa-Lobos. - “O Turista Aprendiz”. – Todos os modernismos das Américas
tiveram artistas que viajaram muito, dentro e fora de seus países.
Mário de Andrade promoveu inúmeras expedições. Nesta cena, a
cerimônia de “fechamento do corpo” que ele experimentou na cidade
de Natal, em 1927. - “O movimento modernista”. –Em 2022 serão comemorados os Cem
Anos da Semana de Arte Moderna de São Paulo. O segmento
inclui trecho da conferência de 1942, na qual Mário conta sobre
sua inspiração dos poemas que inauguraram a famosa Semana
de 22. - “Pauliceiadesvairada”.–Segmento baseadopoemas “Inspiração”e
“Odeao burguês”. - “Macunaíma” – A maioridade. Capítulo que conta a trágica cena
em que o herói sem nenhum caráter vai à caça e o Anhangá o
induz a matar sua própria mãe, Tapanhumas. - “Esquina”. – “Exilado” no Rio deJaneiro, depois desuaexoneração do
cargo de diretor e criador do primeiro Departamento de Cultura
brasileiro. O poeta
escreve no jornal“OEstado deS.Paulo” sobre a esquina onde mora no
Rio e sobre seu estado de espírito. - “Meditação sobre o Tietê”. – Palavras do escritor e ensaísta Antonio
Cândido
sobre o sepultamento, e de como chegou às suas mãos o último
tratamento daquele que foi o derradeiro poema de Mário. - “LiraPaulistana”.–“Quandoeumorrerqueroficar…”; um testamento
e um pedido.
O espetáculo traz composições originais de Gui Calzavara e Ito Alves
(diretores musicais do Teatro Oficina), inspiradas em músicas de Heitor
Villa-Lobos e na música tradicional brasileira.
Serviço – “MÁRIO DE ANDRADE DESCE AOS INFERNOS”
- Apresentação única
Data: 29 de fevereiro (sábado)
Horário: 15h30
Duração: 60 min.
Classificação indicativa: livre
Local: Vão livre do Centro Cultural Fiesp (Avenida Paulista , 1313 – em
frente ao Metrô Trianon-Masp)
Grátis.
Não é necessário reserva de ingressos para o evento.