Nego Dito, Benedito, Maldito, Bendito Sejass!!!
Itamar Assumpção conseguir ser, tanto no conteúdo de sua música, quanto na forma de apresentá-la ao público, um ponto fora da curva. E para fazer um filme sobre um sujeito tão longe do eixo, Velloso toma a liberdade para criar alguns interlúdios conceituais que dão vírgula aos depoimentos.
O filme consegue passar sua mensagem sem que para isso precise de prestigiados nomes da música brasileira para legitimar a genialidade do protagonista que, graças ao mesmo sistema que ele abominava, sempre foi uma coadjuvante na tal indústria fonográfica.
Artista de palco, Itamar nunca foi mercado, estava mais para feira de rua, informal e pessoal. Tinha uma relação de corpo com seu público e na voz grave do negro paranaense-paulista-brasileiro-africano, ele criou sua obra em torno do movimento e da performance, tanto na época de suas apresentações com o Isca de Polícia, até os anos em que ele já estava fisicamente debilitado pelo câncer – “Não me toquem nessa dor, ela é tudo que me sobra. Sofrer vai ser minha última obra”.
Fonte:https://cinema.terra.com.br/