São Paulo recebe a exposição individual “Cores para Esquecer”, do pintor e desenhista Sebastião Januário, conhecido como Januário. Até 30 de abril, a Galeria Periscópio mostrará produções realizadas pelo artista no período de 1970 até 2022, após 24 anos sem realizar uma exposição individual.
“Cores para Esquecer”, além de ser uma oportunidade de (re)conhecimento da trajetória de Januário, provoca uma reflexão sobre como seu trabalho é entendido nos dias de hoje. Dentre as obras exibidas, estão 11 pinturas inéditas, iniciadas em meados dos anos 70 e concluídas agora, em 2022, especialmente para esta exposição. A relação entre Januário e Abdias do Nascimento, que tiveram uma convivência próxima durante a década de 70, será um dos destaques da exposição, inclusive com a exibição de uma obra de Abdias dedicada ao amigo.
Figura de extrema importância para a arte brasileira e presente na cena artística desde os anos 60, Januário atualmente tem produções expostas no Instituto Inhotim, MAM-RJ (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro) e no Ipeafro (Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros). O pintor mineiro é referenciado por inúmeros artistas pela bagagem ancestral de suas obras e pelo retrato da vida cotidiana e da fé através de gestos, olhares e da organização espacial das figuras em suas criações.
“Januário construiu um trabalho que ensina através de imagens, com linguagem precisa em cenas complexas. Através da composição de corpos e olhares ele aponta escolhas e recusas – afetivas e sociais – de santos, entidades e pessoas comuns. Lembranças, memórias e decisões difíceis de vida estão presentes em beleza e dor. Ele é base e fundamento para muitos artistas, curadores e colecionadores pretos de ontem e hoje,” diz Camilla Rocha Campos, artista, pesquisadora, professora e curadora da exposição “Cores para Esquecer”.
Para Rodrigo Mitre, fundador e sócio diretor da Galeria Periscópio: “este projeto é um dos mais importantes e desafiadores que a Periscópio realiza. Pois estamos envolvidos em todos os aspectos que cercam um artista preto na história da arte brasileira. Dar a devida importância a uma produção de mais de 50 anos, de um artista que está citado em grandes livros de referência da arte brasileira dos anos 70 e 80. Dar o devido reconhecimento em vida para um artista que nunca parou de acreditar em sua arte”.
Sobre Galeria Periscópio:
Fundada em 2015 pelos sócios Alexandre Romanini, Altivo Duarte e Rodrigo Mitre, em Belo Horizonte, a Galeria Periscópio traz em seu nome a reverência ao instrumento óptico que permite ver por cima de um obstáculo. Orientada pela premissa da arte como vetor de expansão da visão, a galeria tem como objetivo colaborar com o panorama contemporâneo por meio de ações que deslocam o olhar e fazem ver além das barreiras do cotidiano. De jovens artistas ainda nos primeiros impulsos de suas trajetórias a nomes consolidados e importantes agentes de décadas passadas, a galeria trabalha para dar vazão ao que ainda nos é desconhecido, bem como para propor novas abordagens e leituras para o que já está diante dos olhos.
Serviço “Cores para Esquecer”:
Curadoria: Camilla Rocha Campos
Galeria Periscópio
Alameda Lorena, 1257 – Casa 4
Jardim Paulista, São Paulo – SP
De 2 a 30 de abril
Abertura: 11h às 18h
Visitação: de terça a sexta – 12h às 19h
sábado – 11h às 17h
Agência Lema
Leandro Matulja/ Letícia Zioni/ Guilherme Maia
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