Edvaldo Santana é nascido e criado em São Miguel Paulista, periferia de São Paulo, o primeiro de oito filhos do piauiense Félix e da pernambucana Judite, nordestinos que vieram tentar a sorte na cidade Grande.
Foto/Marcelino Lima
Os primeiros acordes foram dados no velho violão do pai no final da década de 60, com influências que vão de Manezinho Araújo e Jackson do Pandeiro à Torquato Neto, Hendrix e toda contra-cultura que entra em cena nesse período. A partir daí, Edvaldo participa de vários festivais estudantis e cria seu primeiro grupo, o Caaxió. É nessa época que a necessidade de ajudar a família o leva ao seu primeiro emprego numa fábrica de brinquedos, deixando os finais de semana para os ensaios com a banda, mas sempre objetivando a profissionalização como músico.
No final dos anos 70 acontece o ressurgimento dos movimentos populares e sindicais em todo país, com destaque às greves do ABC, antecedendo e sinalizando a abertura política e o fim da ditadura militar. Edvaldo, seu grupo e outros amigos músicos, poetas e artistas plásticos de São Miguel Paulista, atentos aos acontecimentos, resolvem se mobilizar e criam o Movimento Popular de Arte (MPA) promovendo eventos com música, teatro, poesia e oficinas de cultura. Foi um movimento espontâneo e pioneiro que serviu como orientação para muitos outros projetos de casas de cultura em São Paulo. Severino do Ramo, Pedro Peres, Osnofa, Sacha Arcanjo, Akira Yamasaki são alguns dos nomes de grande importância no movimento. Edvaldo Santana é um veterano trovador dos palcos brasileiros, com sua peculiar mistura de blues com música urbana. Não largou o blues, como demonstram as primeira faixas do seu novo CD, Jataí, mas incorpora influências violeiras inusitadas, que se juntam às sonoridades nortistas e latinas, decantadas pela voz inconfundível.
Video Clipe Gravado em São Miguel Paulista,este blues com solos de berimbau retrata o lado lúdico da periferia, um local que apesar da violência e das dificuldades econômicas, ainda há espaço para amizades e para ser feliz.Direção: Robson Timoteo, Marcelo Montenegro e Walter Figueiredo (2000)
Jataí, a espécie de abelha sem ferrão que dá título ao sétimo álbum de Edvaldo Santana, lembra a mosca de Walter Franco. A insistência em fugir da mesmice e bradar suas ideias com voz rascante e violão primo do rock e do blues remete, de alguma maneira, à mosca na sopa de Raul Seixas.
É parceiro, de Tom Zé, Arnaldo Antunes, Paulo Leminski, Itamar Assumpção, Lenine entre outros.. Este é Edvaldo Santana. Para quem quer conhecer o que é a música popular inventiva, sofisticada, singular, com o amor pela periferia na alma e na voz.
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