Coletivo faz ocupação artística na Oficina Cultural Alfredo Volpi com duas performances e sarau temático.

Além de apresentações que fazem parte do repertório do grupo, ocupação também terá sarau voltado para apresentações de drag queens, com participação especial de Tchaka, a Rainha das Festas, e apresentação de Melissa Babalu

Indicados ao 7ª edição do Prêmio PapoMix da Diversidade na categoria Ativismo e coletivos, os artistas do Coletivo Bixa Pare (Diego Castro, Fabio Lopes e Luan Afonso) fazem uma ocupação com mostra de seu repertório na Oficina Cultural Alfredo Volpi em junho, com duas performances do grupo e a segunda edição do Sarau Bixaria Literária, que privilegia apresentações e performances de drag queens. As atrações estão marcadas para os dias 28 e 29 de junho, quinta e sexta-feira, às 17h, e sábado, dia 30, às 19h.

A ocupação começa na quinta com a performance 2017 445 #2, cujo título faz referência ao número de pessoas mortas por LGBTfobia no Brasil ano passado. No dia seguinte, o Bixa Freak Show ocupa a calçada da Oficina Cultural Alfredo Volpi. Desdobramento de um trabalho maior do grupo, a performance reflete o lugar atribuído ao ‘corpo bixa’ na sociedade e suas implicações.

Sobre a performance 2017 445 #2
Centenas de balões vermelhos carregam no interior papeis com os nomes das 445 vítimas fatais de LGBTfobia no Brasil no ano passado, segundo Relatório Oficial do Grupo Gay da Bahia junto ao site Quem a Homotransfobia matou hoje?.

Pensada como um memorial em homenagem a essas pessoas, os balões amarrados em hastes são cravados no chão pelos performers, que vestem figurino branco. Em seguida, todos balões são estourados e os nomes ficam expostos ao público sobre o chão. “Ainda que a performance toda aconteça ali, uma instalação permanece, pois as bexigas estouradas e os nomes das pessoas ficam no local por dias”, conta Luan, um dos integrantes do coletivo.

Sobre a performance Bixa Freak Show
Pensada para espaços alternativos, o Bixa Freak Show é desdobramento da pesquisa central do grupo sobre o “corpo bixa” e suas implicações em uma sociedade patriarcal e hegemônica.

Uma drag queen convoca o público com as falas e trejeitos de uma apresentadora de Freak Show e, como quem conta uma banalidade, traça uma linha do tempo que questiona sistemas de opressão naturalizados ao longo da história. As notícias tomam um teor cada vez mais denso e ações de muita violência são compartilhadas com a plateia.

Além da drag queen, também estão em cena outros dois bixas performers com figurinos coloridos. “O nome ‘freak show’ foi pensando justamente no efeito dessa estética para o patriarcado, que lê nossos corpos e atuações como aberrações”, diz Luan. “A performance começa como algo corriqueiro e depois se projeta num grande show festivo”, completa. O trabalho é finalizado com as bixas performers empunhando com os braços para cima bastões coloridos de fumaça.

Sobre o Sarau Bixaria Literária #2 – Edição especial Drag Queens
A segunda edição do Sarau Bixaria Literária foi pensada para estimular novas drag queens a mostrarem seus trabalhos ou para pessoas experimentarem se montar pela primeira vez. O sarau festeja essa arte e conta com participação das drags Tchaka, a Rainha das Festas, Mustasha, Dandara Bombom, Treva, Tina e muitas outras. A mestra de cerimônias do evento é Melissa Babau, drag queen criada por Luan Afonso, que integra o Coletivo Bixa Pare.

Além das performances, que incluem danças, lip syncs (dublagem de músicas), desfiles e declamações, o evento também terá camarim aberto com adereços, acessórios e dicas para os interessados. “Não há uma lógica de campeonatos, então queremos abrir esse espaço para experimentação”, diz Luan.

Para os integrantes do coletivo, o cenário drag ocupa um lugar de resistência estética e política em que as discussões, antes voltadas para nichos, estão cada vez mais alcançando grandes públicos.

Essa edição é a segunda promovida pelo Bixa Pare. A primeira, realizada na Casa das Rosas, contava com micro-performances de até cinco minutos e discutiam com as intervenções o ‘corpo bixa’, objeto de pesquisa do grupo desde sua fundação.

Sobre o Coletivo
O Coletivo Bixa Pare é formado pelas bixas artistas Diego Castro, Fabio Lopes e Luan Afonso. Fundado no inicio de 2017, o coletivo traz como disparador de suas ações a relação do corpo bixa como pesquisa cênica. Ao longo desta trajetória, o coletivo sentiu a necessidade de dar a ver o ser Bixa e executou a mudança da grafia em um ato manifesto. O Coletivo Bixa Pare faz residência artística na Oficina Cultural Alfredo Volpi onde realizou a oficina As Relações do Corpo Besha Como Disparador Para Um Manifesto Cênico entre janeiro e março de 2018.

Serviço
Performance 2017 445 #2
Data: Dia 28 de junho, quinta-feira, 17h, na Oficina Cultural Alfredo Volpi
Endereço: Rua Américo Salvador Novelli, 416 – Itaquera. São Paulo (SP)
Entrada gratuita

Performance Bixa Freak Show
Data: Dia 29 de junho, sexta-feira, 17h, na Oficina Cultural Alfredo Volpi
Endereço: Rua Américo Salvador Novelli, 416 – Itaquera. São Paulo (SP)
Entrada gratuita

Sarau Bixaria Literária – 2 º Edição – Especial Drag Queens
Data: Dia 30 de junho, sábado, 19h, na Oficina Cultural Alfredo Volpi
Endereço: Rua Américo Salvador Novelli, 416 – Itaquera. São Paulo (SP)
Entrada gratuita
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