Badaui fala dos 28 anos do CPM, novo álbum, repetente records e a cena
Cultura Leste: Ao completar 28 anos de existência olhando de 1995 até hoje quais são os sentimentos que fica nessa jornada?
Badaui: Sentimento de missão cumprida ne, sentimento de orgulho, de ter valido a pena trabalhado duro todos esses anos, a persistência no começo principalmente, fazer as escolhas certas, pô se você olhar para traz o cpm22 é uma realidade na música brasileira e ninguém vai apagar isso, isso é fruto de muito trabalho, mas o sentimento é de orgulho e missão cumprida
Cultura leste: Quais são as principais lições que a banda aprendeu ao longo de quase três décadas de atuação?
Badaui: cara eu acho que qualquer trabalho que você tenha, que você trabalhe em grupo e tenha sócios, a grande meta mesmo é todo mundo conseguir se entender se respeitar, e as escolhas tem que ser feitas para o melhor da banda, entendeu, escolher os passos certos, não olhar tão lá na frente, viver no presente de acordo com o momento e a época e tentar errar o mínimo possível
Cultura leste: Como vocês enxergam a evolução da cena independente ao longo dos anos atrelados com a evolução de como se consome música hoje em dia? Quais são as mudanças mais significativas positivamente e negativamente?
Badaui: Eu acho que hoje a cena independente sabe muito bem usar a internet, no começo da internet soube usar muito bem, depois por volta dos anos 2000 ali, ficou meio num limbo, as bandas do underground bem novas já queriam assinar com gravadora, a internet antes não oferecia o que oferece hoje, mas hoje não só as bandas independentes, mas os selos sabem se comunicar pela internet, então o grande trunfo do crescimento dela foi de você ter uma cena hoje em dia consolidada, justamente pela união das bandas e através da internet também, de saber se comunicar com seu próprio publico
E o lado ruim talvez seja por conta de tanta, entre aspas, “facilidade”, pra você ter a exposição e viralizar um vídeo ou algo assim, você tem muitas bandas/artistas prematuras, tipo já ganhando notoriedade e dando uns passos maior que a perna, porque aí depois no futuro acaba se perdendo, isso acontece muito.
Cultura leste: A banda sempre esteve envolvida com a cena independente. Como vocês veem o papel de vocês em inspirar e influenciar outras bandas? Sabe o peso que o cpm tem não só tocando, mas nos bastidores, no tratamento ao público ou contratante que muitas vezes também tem banda e decide fazer uma cena pois ama aquilo. Consegue ter esse panorama?
Badaui: É como eu falei no começo, acho que o importante é fazer as escolhas certas, sempre respeitar todo mundo, respeitar estilos diferentes, pessoas diferentes, de fora da cena também, tentar não julgar as pessoas só porque ela não faz parte daquele nicho que você faz parte, mas realmente acho que a relevância se constrói com os acertos ao longo da carreira, a gente ta indo pra completar 30 anos, justamente porque a gente focou no que era melhor pra banda em determinados momentos e também sobre respeitar muito seu público e saber o que ele representa, saber que todos são importantes no entorno da banda, então tendo essa percepção e colocando em pratica as chances de você construir uma carreira solida aumentam.
Cultura leste: Quais são os momentos mais marcantes que vocês recordam ao pensar na nesses 28 anos da banda na cena independente e no maistream? Algum show ou situação em particular que gostariam de compartilhar? Para mim que estava na despedida do hangar 110 – que pela felicidade de todos não foi uma despedida tão longa – foi marcante demais, mas e vocês?
Badaui:Cara existe inúmeras situações não só de shows, em momentos da carreira que foram muito importantes e serão sempre lembrados, shows de festivais grandes como rock in rio, e tantos outros como Joao rock, em lugares pequenos também e capitais que temos muito público, shows em porto alegre, Curitiba, rj, nordeste, as premiações ne Grammys latino, acho que são grandes feitos da banda que são importantes para colher o que a gente colhe hoje, a gente tem uma conexão muito forte com nosso público, a nossa base, da onde a gente veio e isso nunca se perdeu com o crescimento da banda
Cultura leste: quais são as bandas hoje do cenário independente brasileiro que vocês mais admiram, que sentem que tal banda é diferente na composição na música etc…?
Badaui: Cara as bandas que a gente vê lançando pelo nosso selo, repetente records, são bandas todas de qualidade, tem o Faca preta, uma baita banda, o Fibonattis que é uma banda muito promissora, tem também o bayside kings, que a gente lançou agora, uma banda que tem discurso muito afiado, o corre muito definido pro que quer pra banda, tem o ” não há mais volta” , o escombro, mais pesada ne, cara tem várias bandas ne, chuva negra vai vim forte também, tem grandes bandas no cenário, não só em SP claro, Brasil todo.
Cultura leste: qual a expectativa de lançar um novo álbum do CPM 22?
Badaui: A expectativa tá muito grande né porque faz seis anos que a gente não lança e as músicas são bem legais e eu e o Luciano escrevemos a maioria das músicas e tá todo mundo satisfeito com o resultado agora entra em estúdio e lançar logo que eu tô muito ansioso
Cultura leste: Vocês têm planos específicos para continuar contribuindo com a cena independente nos próximos anos e qual os maiores desafios da cena que a gente ama? explique um pouco sobre a repetente records onde tem várias bandas que nos do cultura leste gostamos muito e como que uma banda nova pode um dia chegar a ser do selo.
Badaui: O desafio maior é não ter tanto investimento né tantos recursos para você realizar os eventos acho que é uma junção de fatores acho que todo mundo tem que se ajudar, as bandas que estão ali envolvidas em determinadas evento, o selo, por exemplo o selo que a gente tem o repente records, é um selo que não tem muito recurso ainda, apesar da gente poder investir e ter esse privilégio de poder investir no selo, é um selo que ainda não tem um fluxo de caixa, uma renda mensal é um investimento de início que a gente precisa fazer se tornar um selo grande mais para frente, na cena independente começa dessa forma dessa com boas ideias e saber jogar com o que tem nas mãos né
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A gente faz muita coisa porque a gente vive essa cena nossos amigos são dessa cena a gente se diverte nessa cena curte esse rolê e agora com o selo a gente tá com a chance de ficar mais próximo das bandas que a gente não conhece os integrantes a gente ainda tá no começo estamos lançando poucas bandas para dar atenção para todas.
Mas um dia a gente vai ter estrutura para lançar uma grande quantidade de bandas isso abre as possibilidades para outras bandas que estão na luta não são nossos sonhos, mas tem outros selos grandes vamos ver né um passo de cada vez não é tão simples assim começar um projeto novo ainda mais no Brasil que em breve teremos um teste com muitas e muitas bandas boas
Valeu é Nois.
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Créditos fotos: Banda/willer.carvalho, Badaui/@munizleo